Sempre que elas se juntam. É por uma boa luta_
Nesse novo artigo liderado pela comunidade [ women.together_ ] da Invillia, mais uma vez, elas conectam experiências, inspirações, conhecimentos, para nos fazer pensar, agir, quebrar crenças. Algumas enraizadas dentro de nós_
</ você e a luta contra a impostora >
“O que é que eu estou fazendo aqui?”. Provavelmente, em algum momento da sua vida você já se sentiu assim. Duvidou de si mesma; criou uma percepção errônea; atribuiu seu sucesso não ao seu esforço, mas às questões externas, como a sorte ou qualquer outro acaso; ou até mesmo não foi capaz de reconhecer suas conquistas e sente que a qualquer momento todos vão perceber o que você já tem certeza: que você não passa de uma fraude. Todos esses são sinais de que, muito provavelmente, você se sabota e não é capaz de receber um elogio sequer sem questionar antes.
</ mas afinal, o que é a síndrome da impostora >
Parece ser um termo novo, mas ele vem sendo abordado desde 1978 pelas psicólogas Pauline R. Clance e Suzanne A. em um artigo denominado “The Impostor Phenomenon in High Achieving Women: Dynamics and Therapeutic Intervention”, que em tradução livre significa “O Fenômeno Impostor em Mulheres de Alto Desempenho: Dinâmica e Intervenção Terapêutica”. O artigo nasceu de um estudo onde foram analisadas 150 mulheres que tinham alcançado sucesso nas carreiras e concluíram que, mesmo com todas as conquistas, a maior parte delas não era capaz de enxergar o tamanho dos seus feitos. Tempos mais tarde, descobriu-se que “em grande parte, as mulheres são atingidas por esse fenômeno, mas não ocorre só com elas, também podemos citar essa terrível experiência no âmbito masculino” (Langford & Clance, 1993).
<\ como reconhecer se tenho a síndrome da impostora? >
Conforme evidenciado por Rafa Brites em sua palestra para o TEDxSãoPaulo, existem alguns gatilhos comuns que despertam esse sentimento de inferioridade. Ela propõe que eles sejam representados pela palavra “EMPACAR”, onde cada letra significa uma situação cotidiana que deve ser observada a fim de combater ao máximo os impactos dessa síndrome:
[E] Evidência
O sentimento de estar nos holofotes, no centro de uma situação, e sentir-se mal com toda essa atenção voltada a você. Algo comparado a uma farsa prestes a ser descoberta.
[M] Machismo
Acreditar em colocações machistas impostas no cotidiano e, por conta disso, descredibilizar seus conhecimentos, ideias e vontades.
[P] Poder
A sensação de trilhar sozinha a jornada no mercado de trabalho por não conhecer outras referências parecidas com sua história, principalmente em posições de poder. Quanto mais as mulheres ocupam estes espaços, mais percebem que são minoria.
[A] Avaliação
Sempre duvidar da sua capacidade de obter sucesso em situações avaliativas e buscar incessantemente uma forma de atingir o que considera inalcançável, mesmo quando todos confiam no seu desempenho.
[C] Confronto
Culturalmente, as mulheres são ensinadas a obedecer e são elogiadas quando suprem essa expectativa. Por isso, ao longo da vida, podem continuar reproduzindo essa posição de obediência e evitando confrontos, como debates e situações de defesa.
[A] Ascensão
Duvidar da sua capacidade profissional e atribuir seu sucesso a fatores externos. Mesmo em altos cargos na hierarquia das corporações, algumas mulheres continuam sentindo que não são dignas de ocupar estas posições.
[R] Reconhecimento
Ter dificuldade em receber reconhecimentos e, no lugar de agradecer, dar justificativas para que aquele elogio não seja válido. “Que blusa linda!” – Ah, que nada! Paguei só R$10 no brechó.
</ como identificar e combater sua “impostora interior” >
No evento organizado recentemente pela comunidade Woman.Together, nossas painelistas deram seus depoimentos e falaram sobre alguns pilares que consideram importantes para superar o medo, a insegurança e a ansiedade. Essa não é uma atividade fácil de incluir no dia a dia, é necessário força e coragem para confrontar algumas dessas crenças profundamente enraizadas que criamos sobre nós mesmas. Então, se ainda não sabe por onde começar, preparamos um compilado de dicas dadas no bate-papo para que você coloque em prática:
- Não esconda seus sentimentos: é muito importante que você coloque o está sentindo para fora. Procure uma rede de apoio, onde você possa ser ouvida sem julgamentos e com acolhimento.
- Não se compare com os outros: cada um é protagonista da sua jornada. Não tenha em mente que você precisar ter a vida totalmente resolvida aos 30, nem aos 40, nem aos 50. Se inspire nas pessoas que você admira, busque exemplos, mas não faça comparações da sua vida com a vida delas.
- Dê um passo de cada vez: não foque em fazer as coisas sempre de forma perfeita, mas coloque o melhor de si no que esteja fazendo. Busque sempre a melhor solução para o momento.
- Aceite as recompensas: ao invés de negar um reconhecimento, desmerecer um elogio ou ficar se questionando se realmente é digna daquilo, apenas seja gentil, sorria e agradeça.
- Acredite em si: você não precisa provar nada para ninguém! Conheça seus valores e os coloque em prática. Exercite o autoconhecimento, você vai saber exatamente quais os seus pontos fortes e quais precisarão ser mais desenvolvidos. E isso vale tanto para as soft skills quanto às hard skills. Você é capaz.
- Não se deixe abalar: durante sua jornada diversos desafios serão encontrados, alguns deles aparecerão especificamente por ser uma mulher, use ao seu favor e não caia nas armadilhas da Síndrome de Impostora.
- Seja a rede de apoio: falamos muito sobre rede de apoio e o quanto é importante possuir uma nos momentos de dificuldade. É importante que você seja a rede de apoio do outro também, trocando experiências e sendo abrigo. Só quem precisa, sabe o quanto é importante essa troca.
- Se priorize: amar a si mesma e se priorizar pode parecer difícil em alguns momentos, mas é muito importante para construir uma jornada de autoaceitação e amor. Quando entendemos a nossa essência e nos priorizamos, conseguimos visualizar o que merecemos e tudo caminha de forma mais leve.
- E, por fim, lembrem-se que nem todos os dias são bons, entretanto todos os dias estamos fazendo o nosso melhor.
</ sua impostora interior ainda está aí? faça o teste >
No teste “Clance IP Scale” (disponível originalmente neste link e traduzido livremente para PT-BR neste artigo), Dr. Pauline Rose Clance, autora do livro “The Impostor Phenomenon: Overcoming the Fear that Haunts Your Success” e especialista no assunto, propõe uma série de 20 perguntas a serem respondidas de acordo com uma escala de concordância, que vai de 1 a 5. Este teste não garante um diagnóstico médico, mas pode servir como um guia para saber se você precisa mesmo procurar apoio ou não. Faça o teste e descubra em qual estágio da Síndrome da Impostora você se encontra no momento:
Leia cada uma das afirmações, reflita e dê uma nota de 1 a 5 de acordo com o quanto elas são aplicáveis nas situações do seu dia a dia. Escala de concordância:
1 – nada verdadeiro, 2 – raramente, 3 – às vezes, 4 – frequentemente, 5 – muito verdadeiro.
Vamos começar:
1. Muitas vezes tive sucesso em um teste ou tarefa, embora tivesse medo de não me sair bem antes de realizá-lo.
2. Posso dar a impressão de que sou mais competente do que realmente sou.
3. Tenho pavor de que os outros me avaliem e evito feedbacks sempre que possível.
4. Quando as pessoas me elogiam por algo que realizei, tenho medo de não ser capaz de corresponder às suas expectativas sobre mim no futuro.
5. Às vezes penso que obtive minha posição ou meu sucesso atual porque, por acaso, estava no lugar e na hora certa ou já conhecia as pessoas certas.
6. Receio que pessoas importantes para mim descubram que não sou tão capaz quanto pensam que sou.
7. Costumo me lembrar dos incidentes em que não fiz o meu melhor mais do que das vezes em que fiz o meu melhor.
8. Raramente faço um projeto ou tarefa tão bem quanto gostaria.
9. Às vezes eu sinto ou acredito que meu sucesso (na minha vida ou no meu trabalho) foi resultado de algum tipo de erro.
10. É difícil aceitar elogios sobre minha inteligência ou realizações.
11. Às vezes, sinto que meu sucesso se deve a algum tipo de sorte.
12. Às vezes fico desapontada com minhas realizações atuais e acho que deveria ter realizado muito mais.
13. Às vezes tenho medo de que os outros descubram os conhecimentos ou habilidades que ainda não tenho.
14. Muitas vezes tenho medo de falhar em uma nova tarefa ou empreendimento, embora geralmente faça bem o que me proponho a tentar.
15. Quando tenho sucesso em alguma coisa e recebo reconhecimento por minhas realizações, tenho dúvidas de que posso repetir esse sucesso novamente.
16. Se recebo muitos elogios e reconhecimentos por algo que realizei, costumo diminuir ou desconsiderar a importância do que fiz.
17. Frequentemente comparo minha habilidade com aqueles ao meu redor e acho que eles podem ser mais inteligentes do que eu.
18. Muitas vezes me preocupo em não ter sucesso com um projeto ou exame, mesmo que outras pessoas ao meu redor confiem que vou me sair bem.
19. Se vou receber uma promoção ou algum tipo de reconhecimento, hesito em contar aos outros até que seja um fato consumado.
20. Sinto-me mal e desanimada se não sou “a melhor” ou pelo menos “muito especial” em situações que envolvem realizações.
Pontuação:
Este teste foi desenvolvido para ajudar indivíduos a determinarem se possuem ou não características da Síndrome da Impostora e, em caso afirmativo, qual estágio estão enfrentando.
Depois de refletir sobre todas as afirmações e respondê-las de acordo com a escala de concordância, some as notas dadas para cada uma delas e cheque o resultado:
- 40 pontos ou menos: o respondente tem poucas características de Impostor.
- Entre 41 e 60 pontos: o respondente tem experiências moderadas relacionadas à Síndrome do Impostor.
- Entre 61 e 80 pontos: o respondente frequentemente tem sentimentos de Impostor.
- Superior a 80: o respondente muitas vezes tem experiências intensas de Síndrome do Impostor.
Fique de olho_ a pontuação condiz com a gravidade e atenção necessárias para conter a condição. Quanto maior a pontuação, mais frequentes e sérias são as interferências referentes à Síndrome da Impostora na sua vida. Se está passando por estes problemas, busque ajuda médica e especializada.
</ you got the power, girl >
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A comunidade Woman.Together_ é um grupo formado por mulheres e pessoas da Invillia que apoiam a luta pela equidade de gênero_ Participe também_
Créditos da imagem:
Fotos por Alevision & Eddie Iglesias no Unsplash