O convidado do nosso “A Life in My Day” é o Eros. E ele não apenas inova dentro de soluções digitais. Esse ET </ extremamente talentoso > monta, desmonta e cria, transformando hardwares em artwares. Leia e inspire-se_
Ser convidado para falar um pouquinho de um dos meus hobbies porque alguém encontrou e gostou de um dos meus trabalhos publicados na Internet, é muito gratificante e me faz saber que valeu a pena ter investido tempo e esforço para pesquisar e estudar Eletrônica.
Isso mesmo, um dos meus hobbies é a Eletrônica. Vou contar como tudo começou e como a Eletrônica tem me ajudado no meu dia a dia.
Então, vamos começar?
Meu nome é Eros Vitor Bornatowski, curitibano, casado, dois filhos, apaixonado pela programação de computadores, pelo ensino de linguagens de programação, pela Matemática e Eletrônica.
Minha formação acadêmica e experiência profissional são totalmente voltadas ao desenvolvimento de software. Fiz segundo grau técnico em Processamento de dados, depois me graduei em Bacharelado em Sistemas de Informação e atualmente faço pós-graduação em Cloud Computing.
Eu queria fazer contabilidade no ensino médio (antigo segundo grau), mas meu pai falou que computador era coisa do futuro (isso foi lá em 1990) e que eu deveria fazer Processamento de Dados. Ao concluir o primeiro ano de Processamento de Dados percebi que não tinha aprendido nada (nada mesmo) sobre computador. Se continuasse assim até o final do curso, iria deixar meu pai muito decepcionado. Então fui para o segundo ano disposto a aprender tudo sobre computador.
Quando não conseguia finalizar os exercícios que o professor passava, eu apagava tudo e começava tudo novamente. Isso fez com que eu memorizasse os comandos da linguagem de programação, fortaleceu minha lógica de programação e, diferente do primeiro ano, agora eu ajudava outros alunos a fazerem seus exercícios.
Durante o segundo grau técnico ganhei meu primeiro computador. Era um 286, monitor monocromático, sem disco rígido. Tinha apenas drive de disquete. Frequentava quase que diariamente o laboratório de Informática da escola, chegava em casa e ia para o computador estudar.
Como a Internet começou a ficar disponível no Brasil depois de 1995, os recursos que tinha para estudar era o que aprendia na escola, alguns pouquíssimos livros e revistas.
Com a rotina escola, uso do laboratório da escola e do computador em casa, aprendi a estudar sozinho e buscar as informações e soluções por conta própria, me tornando um autodidata na Informática.
Sabia fazer softwares simples, instalar Ms-DOS, Windows 3.11 e alguns jogos, mas não sabia nada sobre o hardware. Não entendia como todas aquelas peças dentro do gabinete poderiam funcionar todas juntas.
Com a ajuda de um amigo, aprendi a desmontar e montar computadores. Agora sabia criar pequenos softwares, conseguia fazer manutenção de computadores, mas surgiu outra curiosidade. Como é possível criar um programa e colocá-lo num ‘negocinho’ escuro chamado microprocessador (CI – Circuito Integrado) e ao ligar o computador e pressionar uma determinada tecla iria aparecer o tão famoso setup (BIOS) do computador?
Passou vários anos, sempre estudando por conta própria, criando meus softwares, fazendo manutenção de computadores, fiz uma graduação em Sistemas de Informação, tive a oportunidade de atuar em diversas áreas do desenvolvimento de softwares. Em paralelo desenvolvi uma segunda carreira como professor de linguagens de programação, criando e ministrando vários cursos, todos voltados ao desenvolvimento de software. Mas a vontade de aprender Eletrônica para entender como inserir um programa num microprocessador sempre ficou em segundo plano.
Em 2018 ganhei uma placa de prototipação eletrônica chamada Arduino. Pensei, como vou usar essa plaquinha se não sei nada de Eletrônica? Vou queimá-la já na primeira tentativa de uso.
Então decidi iniciar os estudos em Eletrônica. Comecei procurando vídeos no YouTube sobre o que e quais sucatas eletrônicas aproveitar.
Foram diversos vídeos assistidos, vídeos sobre como reaproveitar peças de impressora, dvd player, drive de cdrom, disco rígido, aparelho de som, televisão LED e CRT. A cada vídeo assistido, aprendia um pouquinho do básico da Eletrônica.
Sabendo como desmontar e quais peças reaproveitar de alguns equipamentos eletrônicos, o próximo passo era conseguir as sucatas eletrônicas. Familiares, amigos, amigos dos amigos, todos me ajudaram nessa fase. Ganhei muita coisa legal.
Desmontava cada sucata com muito cuidado, separando as peças que poderiam ser reaproveitas em caixas de papelão e as demais peças separava para descarte. Não demorou muito para meu apartamento ficar cheio de caixas por todo lado. Pensem na felicidade da minha esposa (risos).
Já sabia o que reaproveitar das sucatas eletrônicas e já tinha uma boa quantidade de peças e componentes eletrônicos. O próximo passo foi procurar vídeos que ensinassem como criar projetos de Eletrônica usando as peças e componentes retirados das sucatas.
Reproduzi vários projetos interessantes. Gerador de energia usando motor DC retirado de drive de cdrom, ventilador de mesa usando cooler retirado de fonte de computador, amplificador de som com transistor 13007 retirado de fonte de computador, abajur de mesa utilizando lâmpada 12V, resistor e potenciômetro linear, tudo reaproveitado das sucatas eletrônicas.
Outro projeto super legal de fazer foi o PC Aberto. Utilizando chapa perfurada (aquela utilizada por lojas para expor mercadorias), peças de computador, fitas Hellerman e moldura em MDF, saiu um lindo quadro para decoração.
Como moro em apartamento pequeno e não tenho uma parede ou um ambiente apropriado, dei o quadro de presente para um amigo que possui uma escola de cursos sobre manutenção de notebooks e celulares.
Depois de criar vários projetos usando sucata eletrônica e aprendendo o básico da Eletrônica analógica e digital, já me sentia confortável e confiante em usar aquela plaquinha de prototipação eletrônica (já tinha esquecido dela né? Lembra, o Arduino!).
Então comecei a procurar vídeos sobre projetos com Arduino UNO. Nessa fase precisei comprar alguns componentes eletrônicos mais específicos, como display LCD 2×16, sensores de temperatura DHT11 e LM35, sensor de presença, display de 7 segmentos de 1 e 4 dígitos, jumpers e protoboard.
Foi aqui, com o estudo do Arduino, que compreendi como os programas são criados e armazenados em microprocessadores. Entendi a diferença entre Arduino e PIC e descobri outras plataformas de prototipagem eletrônica, tais como ESP32, BeagleBone e Raspberry Pi (esse aqui é um verdadeiro computador de bolso). E o principal, agora entendia como o setup (BIOS) do computador funciona.
Dedicar algumas horas e alguns finais de semana pesquisando e estudando Eletrônica, de alguma forma traz um renovo, uma visão diferente das coisas. Quando volto para a minha atividade diária, que é o desenvolvimento de software, tenho uma perspectiva diferente das coisas. É uma sensação difícil de explicar. Mas com certeza me ajuda muito no dia a dia como programador de computador.
Trabalhar na Invillia é maravilhoso. A estrutura da empresa, modelo 100% remoto, benefícios, kit de trabalho, tudo é ótimo. O trabalho remoto me ajuda muito, consigo tempo para cuidar da minha saúde, tempo para família, tenho recursos para aperfeiçoar meus conhecimentos na Informática e, claro, tempo para estudar Eletrônica.
Espero que tenham gostado do texto, sinta-se a vontade em me procurar para trocarmos experiências e claro, para me enviar sucatas eletrônicas (risos). Adoro desmontar coisas, ver como elas funcionam internamente e o simples fato de desmontá-las, já é uma alegria para mim.
Um abraço a todos(as).
Ah, deixo dois links para projetos envolvendo Arduino e Eletrônica:
https://github.com/erosvitor/arduino-templates
https://erosvitor.blogspot.com/
Se você também conhece alguém que curte fazer do trabalho uma arte, compartilhe essa história agora mesmo e inove ao lado de quem conquistou seu espaço como dev_