Na Invillia, toda quarta-feira, ao meio dia, paramos uma hora para nos nutrir com as dicas, how-tos, boas práticas e tendências selecionadas por nossos especialistas em Product, Agile, Back e Front, Mobile, Quality, Security e Data. Uma troca de experiência vital para quem adora o novo. E essencial para que a inovação nunca pare. Se tecnologia está no sangue. A gente faz questão de deixá-la circulando cada vez mais_
Na veia_ A Cultura de Produto como driver da entrega de valor e inovação contínua_
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No artigo de hoje, deixamos os principais aprendizados da edição especialíssima sobre Cultura de Produto, apresentada não por um mas por quatro dos nossos experts na área 🙂 Aluisio Vanzolin (moderador), Mateus Ignacio, Murilo Lima e Paulo Silva. Um enriquecedor painel com quem vive no dia a dia os desafios de criar e evoluir as soluções digitais que estão revolucionando seus segmentos.
A inovação como jornada
Quando falamos da construção de software, a tendência é gerir as iniciativas com início, meio e fim. Entretanto o esforço dedicado a um produto digital não deve ser finito. Já que está atrelado a uma cadeia de valor dentro da empresa e precisa de constante evolução e adaptação à realidade do consumidor. A Cultura de Produto vem para mudar o prisma com que se observa os resultados, priorizando a inovação incremental baseada no aprendizado rápido.
O que é afinal a Cultura de Produto?
Como qualquer cultura, a Cultura de Produto é um conhecimento intrínseco que está no próprio profissional. É algo que ele respira, que faz parte do seu dia a dia. Ele ama produto e se preocupa em ser melhor. Então estuda, tem prática, conversa sobre o assunto, pensa em como fazer, busca entender o que é produto e como entregar. Sempre com foco na necessidade do usuário. É para ele que o produto é desenvolvido. Precisa ouvi-lo regularmente. Colocar-se no seu lugar. A Cultura de Produto envolve tudo, mas principalmente a vontade de viver produto. Existe a famosa frase “A cultura engole a estratégia” e é exatamente isso. Não adianta fazer estratégia de produto se não tiver Cultura de Produto.
Antes vs Depois
Lembra como se produzia software? Elencava-se os requisitos, o que ia ser bom para um público-alvo (podia até ser baseado numa pesquisa, num benchmarking, em dados), definia-se os critérios, passava-se um tempo desenvolvendo para depois lançar no mercado, coletar feedback e saber se vendia ou não. O que muitas vezes dava errado.
“O advento das metodologias ágeis, desenvolvimento lean, design thinking, começou a trazer a ideia de que o que é preciso para fazermos o melhor produto é entregar o mais rápido possível para o usuário. Para anteciparmos algo super rico que é a sua opinião. Foi daí que surgiu a necessidade de gerar iterações, disponibilizar um pouco a cada x tempo para sabermos onde estamos errando, o que podemos melhorar, e onde estamos acertando e podemos explorar ainda mais”, destaca Murilo.
A Cultura de Produto vem muito deste pensamento, de compreender como identificar as necessidades do usuário, descobrir o que ele gosta e não gosta, e ajustar, entregando um produto cada vez mais alinhado.
A Cultura de Produto não é nova, mas a tecnologia alavancou
A Cultura de Produto já existe desde que o ser humano começou a ofertar alguma coisa para resolver um problema de alguém. Porque essa é a base de um produto. Produtos são feitos de pessoas para pessoas. O que temos vivenciado é que a tecnologia propiciou muitos avanços. Antigamente existia a cadeia puxada e empurrada, construía-se produtos e empurrava-se para o mercado. As pessoas compravam porque estava na prateleira e era isso que havia. Fazia-se pesquisas, um processo de entendimento, mas mais enxuto. Não era tão simples. Hoje é. O próprio mercado começou a demandar a mudança. E agora estamos numa cadeia denominada de cadeia puxada. É o mercado que puxa, dita as regras. É um outro momento. Com a tecnologia, temos muito mais oportunidades e canais para conversar com o cliente. Ouvi-lo tornou-se fácil e rápido. E a Cultura de Produto ficou mais forte. Para validarmos a sua opinião o tempo todo e ver se estamos entregando o valor pretendido e construindo a solução certa.
Até para entrar no apetecível “oceano azul”. Um processo de inovar onde se procura ou cria nichos que não são atendidos por nenhuma outra empresa. Que tão bem têm feito várias start-ups e game-changers. Isso só é possível porque a tecnologia viabilizou, abriu um leque amplo de pesquisa, de entender o cliente, conquistar novos mercados. A tecnologia veio democratizar o que antes só estava acessível às grandes corporações. E mesmo quando não é exequível recolher inputs de clientes reais antes do lançamento, temos sempre as personas. Pessoas que representam as mesmas características dos potenciais usuários e que podem dar valiosos insights até o produto ser disponibilizado em larga escala.
Vantagens em toda a linha
Quanto mais curto for o tempo entre criar e testar, maiores as probabilidades de sucesso e menores os custos. Custos de operação, das pessoas envolvidas, de oportunidade. Para se conseguir melhorar na hora certa e aproveitar o momento. Testar tanto do ponto de vista técnico, como com o usuário, entregando algo que ele possa dar feedback, significa assim ganhos em toda a linha. Prototipar o máximo possível, fazer MVP. O Lean Inception pode ser aqui uma preciosa ajuda. O importante é ter visão de negócio, perceber o timing, o ciclo de vida do produto. De forma a não perder o tempo de inovação e de liderança. A concorrência está sempre aí. Trazer a mentalidade ágil, de entregar rápido, validar frequentemente, ouvir o cliente, traz muitas vantagens, não só financeiras.
Agilidade e Cultura de Produto
Existe uma série de metodologias e ferramentas para tornar a gestão de produtos mais transparente. Algumas são focadas em valor, outras em custo e todas elas têm momentos diferentes de aplicar e ajudam de alguma forma a construir o melhor produto. Como é o caso do Kanban. Que permite conectar e embarcar a equipe no contexto da agilidade, acompanhando end-to-end, interagindo, contribuindo e tirando insumos. O objetivo é que os vários membros estejam envolvidos num propósito comum, se sintam empolgados e donos do produto, vivam a Cultura de Produto.
Mateus salienta que “Agilidade é a base. Agilidade vem cortando o mato para o produto digital poder existir. São as pessoas de agilidade que vão construir um ambiente para conseguirmos fazer a entrega iterativa, para ser possível compartilhar o senso de pertencimento e de time. Então não existe produto digital sem agilidade assim como não existe produto digital sem negócio, sem tecnologia, sem experiência de usuário. É um mix de tudo isso.”
A liderança na Cultura de Produto
O papel do PO é aqui fundamental. Tem que transmitir à equipe a visão do produto, vender a ideia do que está sendo construído, qual a estratégia, o objetivo, quem é o usuário final, o problema que se está resolvendo. A visão pode ser uma frase colocada num Board para lembrar sempre as pessoas. É ali onde, juntos, se pretende chegar. Um bom gestor de produto é responsável por comprometer o time, fazer com que trabalhe em prol daquele produto, respire aquele produto de uma forma tranquila. Isso é um papel de liderança. Influenciar os outros sem ser por opressão.
“Ele precisa estudar muito sobre gestão de pessoas, como engajar a equipe, conhecer os motivadores de cada um. Usa a visão do produto, o conhecimento de liderança, porque tem uma missão: resolver a dor de um cliente. Eu costumo dizer que um time de alta performance está engajado ao ponto de que percebe o que precisa ser feito sem que o gestor o peça. Se o gestor apenas dá ordens, sem compartilhar, sem mostrar o valor, o porquê, acredito que não está trabalhando bem. Tem que se preocupar com o time, garantir que entende com clareza o contexto, que está na mesma página”, conclui Paulo.
É esta Cultura de Produto que representa a essência da Invillia, a génese da sua Global Growth Framework. A forma como trabalhamos diariamente para incrementar e acelerar em escala, performance e qualidade a criação e o desenvolvimento de soluções digitais_ As missões de inovação contínua dos game-changers. Com foco no cliente, entrega incremental e mentalidade de ecossistema. Combinando Data, People e Action_