Na Invillia, toda quarta-feira, ao meio dia, paramos uma hora para nos nutrir com as dicas, how-tos, boas práticas e tendências selecionadas por nossos especialistas em Product, Agile, Back e Front, Mobile, Quality, Security e Data. Uma troca de experiência vital para quem adora o novo. E essencial para que a inovação nunca pare. Se tecnologia está no sangue. A gente faz questão de deixá-la circulando cada vez mais_
NA VEIA_ Evolução de Produto_
5 minutos de leitura
Deixamos aqui os principais aprendizados da edição apresentada por Paulo Silva, Product Owner na Invillia.
Entendendo os 3 pontos fundamentais na criação e evolução de um Produto: confiança, propósito e visão. E compartilhando algumas ferramentas que facilitam o processo.
1 – Confiança
A confiança é a base dos relacionamentos humanos. Falar de negócio e de Produto é falar de relações humanas já que um Produto é feito por pessoas para pessoas. Louis-Joseph Lebret, Economista e Padre Dominicano dizia que “Confiança não se impõe. Conquista-se.” Para o ex-secretário do tesouro dos EUA, Larry Summers, “Confiança é a forma mais barata de estímulo econômico.” Quando um país começa a perder a confiança, também perde investimento e interesse. E isso vale também para Produtos.
Onde a confiança pode ser percebida? Ela pode ser percebida nas pessoas. As pessoas compram de quem confiam. Ela pode ser percebida no feedback dos usuários, nos comentários dos clientes, na web, em posts, em estudos de opinião. Ela pode ser percebida na equipe. Quando ela está engajada, quando trabalha próximo, quando um confia no trabalho do outro porque sabe que cada um vai entregar a sua parte.
Vince Lombardi, o primeiro treinador campeão do Super Bowl, falava para o time que “A confiança é contagiante. A falta dela também.” Então ele sempre buscava engajar a equipe, para garantir que todos estavam confiantes no que faziam.
E isto é muito diferente de fé. Fé é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação. Por vezes trabalha-se com base em fé em vez de confiança. É muito importante embasar as informações em dados, correr atrás do que é concreto para que se possa planejar o futuro.
2 – Propósito do Produto
Quem tem um propósito é apenas a empresa? Isso pode ser verdade para as que têm um único Produto. Quando existem vários, cada um tem um propósito específico que vai apoiar a empresa a entregar o propósito global. Simon Sinek, autor e palestrante, salienta que “As pessoas não compram o que você faz. Elas compram o porquê você faz”. Naquilo que denomina por Círculo Dourado: o Porquê, o Como e o Quê. Muitas pessoas não sabem de verdade o porque é que fazem as coisas. Sabem apenas o que fazem e como fazem. Isto acontece porque o propósito não é compartilhado. Os grandes líderes engajam bem porque eles contam o porque é que as pessoas fazem o trabalho que fazem. E isso faz com que quando acordam pela manhã sintam vontade de fazer aquilo porque sabem o porquê, veem mais além.
O propósito de um Produto é aquilo que ele tem de melhor para oferecer aos seus clientes. O Produto vai trazer a completude do desejo deles, vai tornar viável o que o eles desejam.
3 – Visão do Produto
Porque é que a visão do Produto é tão importante? Antoine de Saint-Exupery, autor do Pequeno Príncipe, tem uma frase esclarecedora: “Se você quer construir um navio, não chame as pessoas para juntar madeira ou atribua tarefas e trabalho, mas sim ensine a desejar a infinita imensidão do oceano”. Ensine a querer conhecer o mundo e elas mesmo farão os barcos.
Roman Pichler, especialista em gestão de Produtos digitais, empresário e consultor, refere que “A visão orienta todos os envolvidos em tornar o Produto um sucesso”. Porque a visão consolida, dá um norte para todo o mundo. Olhando a visão a gente sabe para onde quer ir.
O propósito é o porquê se faz as coisas. A visão é a motivação, dá motivos para gerar ação. O Produto é o meio. Por isso as pessoas trocam de Produto. A motivação continua a mesma, mas como se vai atingi-la pode mudar ao longo da jornada.
Da teoria à prática
Depois da parte conceitual, chega a vez da melhor parte: aplicar no mundo real. Mas como? Existem várias ferramentas e dinâmicas que ajudam e selecionámos algumas delas. Confira_
Product Vision Board
Roman Pichler propôs para a comunidade um Canvas chamado Product Vision Board, que busca consolidar informações chave para compartilhar com a equipe e toda a empresa. Nem sempre a gente está inserido num contexto onde se tem tudo isso. Mas o Board pode ser construído de forma colaborativa, com a participação de vários elementos. Começando pela área de negócio e pelo PO. Respondendo a estas perguntas quem vai construir o Produto fica com uma percepção clara do quê, como e porquê.
VISÃO: Qual é o seu propósito ao criar o produto? Que mudança positiva deve ocorrer?
GRUPO ALVO: Qual mercado ou segmento de mercado o produto atende? Quem são os clientes e usuários-alvo?
NECESSIDADES: Qual problema o produto resolve? Qual benefício ele fornece?
PRODUTO: Que produto é? O que o faz se destacar? É viável desenvolver o produto?
OBJETIVOS DE NEGÓCIO: Como o produto vai beneficiar a empresa? Quais são os objetivos do negócio?
Mapa de empatia
O Mapa de Empatia é uma ferramenta de HX criada pela XPLANE como parte da Metodologia Canvas para ajudar as equipes a compreender profundamente seus clientes e aprimorar a experiência do usuário.
É/Não É – Faz/Não Faz
O É/Não É/ – Faz Não Faz trata-se de uma ferramenta colaborativa mais simples, focada no Produto e criada por Rafael Sabbagh, que já dá importantes insights para sua criação e evolução. Tal como as outras, pode-se adaptar à realidade específica de cada empresa.
Elevator Pitch
A ideia no Elevator Pitch é ter um discurso pronto sobre seu Produto. Se alguém abordar você e perguntar o que é, o que faz e qual o seu valor, consegue responder fácil e rápido. No tempo de subir no elevador.
Aproveitar todo o poder da tecnologia para construir Produtos incríveis e não parar de inovar fica muito mais fácil quando se tem um quadro geral que vai além do “quê” e do “como”. Estas 8 dicas de Roman Pichler resumem o que ter em conta na criação da visão do Produto:
- Descreva a motivação por trás do Produto
- Olhe além do Produto
- Distinga visão e estratégia de Produto
- Empregue uma visão compartilhada
- Escolha uma visão inspiradora
- Pense grande
- Mantenha sua visão curta e agradável
- Use a visão para orientar suas decisões
E para terminar podemos conectar tudo isto com 3 dos princípios do manifesto ágil:
- Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado.
- Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho.
- O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para e entre uma equipe de desenvolvimento é através de conversa face a face.
Nossa Global Growth Framework, engajada por dados, pessoas e ação, incorpora estas boas práticas e é o que nos tem permitido apoiar game-changers a revolucionar seus segmentos desde há quase 20 anos.