Quebrando paredes
Se um time é um sistema, podemos entender que esse algo é constituído por um conjunto de partes que se influenciam mutuamente, como já diz Peter Senge, essas partes podem ser pessoas, conceitos, processos, etc, e atuam para um propósito comum.
E como fazer que esse sistema sinta e viva esse propósito?
Uma ideia, é que a primeira coisa a se fazer em termos de liderança quando se cria um time/squad, é estabelecer confiança. Não importando muito nesse primeiro momento qual método será utilizado, como, Kanban, Scrum, Less, Safe, etc. Esse momento requer não somente conhecimento técnico, mas também as tão em alta Soft Skills, como inteligência emocional. É aquela história, nada é tão binário, tão óbvio, é sempre válido analisar todo o contexto (sistema).
No entanto, me parece crucial tentar entender o que as pessoas (as partes) estão expressando, o que estão sentindo e também estar consciente do seu próprio comportamento e sentimento, e então adaptar-se como líder para cada membro do time, no intuito de influenciar o sistema como um todo. Em alguns momentos, olhar apenas para as partes de um sistema, no caso o time, pode parecer mais interessante e fácil, e na realidade é mesmo, é uma forma de diminuir a complexidade de olhar para o contexto como um todo, afunilando nosso olhar.
O olhar sistêmico nos permite entender e reconhecer os pontos fracos do processo, é uma abordagem holística de análise que enfoca a maneira como as partes constituintes de um sistema se inter-relacionam e como os sistemas funcionam ao longo do tempo e dentro do contexto de sistemas maiores, em contraste o pensamento positivista e reducionista, que estuda os sistemas dividindo-os em seus elementos separados.
E quando percebemos que uma das dificuldades pode estar em algum departamento que em teoria não faz parte do “escopo” do nosso papel, ou seja, ultrapassa as paredes do nosso time. E agora?
Nesse momento, podemos perceber o quão alta é agilidade de uma empresa/indivíduo. Talvez por default, tentamos fortemente implementar uma agilidade local, utilizando algum método ágil, como Kanban, por exemplo, o que melhora nosso fluxo de trabalho, etc, mas gosto de encarar a agilidade como mais do que um método ágil em si, e sim sobre quebrar paredes.
É quebrar as paredes invisíveis (às vezes não) que podem separar áreas ou pessoas em uma empresa.
O pensamento sistêmico diz respeito à compreensão de um sistema examinando as ligações e interações entre os elementos que compõem o conjunto do sistema. Ultrapassar as barreiras existentes para entregar o melhor e no menor tempo para o usuário final é o que chamo de ser ágil.
Este é um diferencial que método algum poderá substituir em um profissional pois tem relação direta com as atitudes.
O Global Growth Framework da Invillia possui elementos que me auxiliam a pensar de forma sistêmica e encorajar a agilidade não apenas por métodos. Mas, principalmente como pessoa que busca agir além do que está posto.
Para aprofundar
- Pensamento Sistêmico — Leitura do livro: “A Quinta Disciplina” do Peter Senge
- Business Agility — (Podcast) Business Agility — Hipsters #147
- Teoria da Liderança Situacional de Paul Hersey e Kenneth Blanchard
- Mito da Caverna de Platão
Por Talilane De Grandi, Agile Leader na Invillia.