Organizado pelo time de Future Hacking, um AI/R Innovation Studio, em parceria com o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), aconteceu em maio um workshop que reuniu especialistas de diversas áreas do conhecimento para discutir o futuro da inteligência artificial (IA) no Brasil.
O evento teve como objetivo engajar os participantes em um processo de futures thinking e design especulativo, explorando as implicações éticas, sociais e culturais da IA na sociedade brasileira do futuro.
Durante o encontro, discutiu-se as possibilidades e riscos associados ao uso futuro da IA e as atividades propostas geraram espaço de reflexão pessoal e coletiva sobre as diversas percepções da IA.
COMO FOI A DINÂMICA
Os participantes se dividiram em grupos para criar visões de futuros desejáveis para o Brasil em 2045. As discussões resultaram em cenários que consideravam:
_ A inclusão da voz da natureza como tomadora de decisão no futuro.
_ Novas formas de medir a riqueza do país além do crescimento econômico.
_ Tornar espaços urbanos em áreas verdes, somada à utilização de tecnologias emergentes para promoção de resiliência climática.
_ A inclusão de grupos politicamente minorizados nas decisões.
As reflexões destacaram a relevância da equidade social e responsabilidade ambiental no contexto brasileiro.
CENÁRIOS FUTUROS
Os cenários de futuros para 2045 apresentados durante o workshop foram visualmente representados em uma matriz considerando duas dimensões: reatividade versus proatividade ambiental e adoção incremental versus transformativa da IA.
Tech-Lag Tropics: o Brasil adota IA em algumas indústrias, mas fica atrás dos líderes globais. Políticas ambientais são reativas, abordando problemas após sua ocorrência.
Green Stewards: o Brasil é conhecido por suas práticas sustentáveis e integra IA na gestão ambiental, mas não é líder em inovação em IA.
Silicon Cerrado: o Brasil se torna um hub de IA, mas enfrenta degradação ambiental severa devido à falta de governança antecipatória em conservação ecológica.
Eco-Cyber Oasis: o Brasil atinge um equilíbrio entre avanço tecnológico e sustentabilidade, com a IA desempenhando um papel crucial na gestão e proteção dos recursos naturais.
Matriz de Cenários. Créditos: Freyja Van Den Boom, PhD.
Após o workshop, os participantes pretendem dar continuidade às discussões e produção de materiais baseados nas visões de futuros, garantindo que as ideias exploradas continuem a evoluir e a impactar positivamente nossos trabalhos e a sociedade.
CONECTANDO TECNOLOGIA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
No AI/R Innovation Studio de Future Hacking, diariamente são exploradas as aplicações e implicações das tecnologias emergentes no contexto organizacional. Estudos são feitos para clientes de diversos setores, abordando desde o atendimento ao cliente até a otimização de processos e a revisão do posicionamento estratégico para geração de valor no presente e no futuro.
Em cada uma dessas camadas, A IA têm se revelado essencial, pois permite que as empresas façam uso da tecnologia de forma eficaz, criando uma sinergia produtiva e saudável entre humanos e máquinas.
As mudanças culturais guiadas pelo compromisso com a ética e a responsabilidade socioambiental no uso da IA e dos dados também é parte do trabalho. E, ao imaginar futuros desejáveis para a IA no Brasil, torna-se cada vez mais evidente a importância de colocar a vida (natureza e pessoas) no centro desse processo.
Um exemplo inspirador é a mobilização de recursos tecnológicos para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as recentes tragédias causadas pelas enchentes. Iniciativas como a AI Climate Coalition, liderada pela AI/R Company, e diversas outras ações observadas em todo o país, demonstram como a tecnologia pode ser uma poderosa aliada na promoção do bem-estar social e na construção de um futuro mais resiliente e sustentável.