Todos, compreensivelmente, querem construir uma equipe de alta performance, mas é preciso que haja uma maneira melhor de fazê-lo.
Team Building não é tarefa fácil
Sem pessoas, as empresas nada mais são do que entidades abstratas. A sobrevivência e o crescimento dos negócios estão diretamente ligados ao sucesso das pessoas e das equipes que as compõem. Nesse sentido, o Team Building é um tipo de dinâmica de treinamento, mas ao invés de melhorar o conhecimento técnico dos colaboradores, é focado no aprofundamento das relações. Afinal, o trabalho em equipe agrega valor à cultura de uma organização.
Geralmente, são incentivadas atividades fora da empresa, normalmente ao ar livre, como arvorismo, escalada, também esportes envolvendo desafios, jogos. Além disto, também são estimulados o uso de metáforas. Ou mesmo, dentro da empresa em salas de reuniões, sala de descompressão, etc., com o objetivo de envolver e engajar os colaboradores.
Essas dinâmicas podem parecer pouco impactantes para os colaboradores e, na maior parte do tempo, elas são desperdício de tempo/dinheiro. Contudo, com um foco diferente, elas têm uma enorme capacidade de transformar a colaboração.
Carlos Valdes-Dapena nos fala em seu artigo “Stop Wasting Money on Team Building” disponível no HBR Online, um exemplo de insucesso no Team Building. A companhia em questão foi para Londres com 20 colaboradores, hospedou-os em um dos hotéis mais caros e depois treinou a equipe para fazer o Haka.
O Haka é uma tradicional dança de guerra, assim como ilustrado na imagem 1. A dança foi facilitada por um grupo de membros da tribo Maori da Nova Zelândia.
Este exercício deveria construir relacionamentos e reforçar o espírito de equipe e, por consequência, melhorar a colaboração. Todavia, em vez disso, estimulou o constrangimento e o cinismo. Meses depois, a divisão falida foi vendida. Parecia ser uma boa metáfora, e com certeza foi uma experiência interessante, mas não atingiu seu objetivo, não melhorou em nada a colaboração.
Neste momento, percebi que uma sessão realmente eficaz de Team Building não é uma tarefa fácil e mais complexa do que a sabedoria convencional diz.
Business Model Canvas como ferramenta para o Team Building!
Com o intuito de realizarmos sessões mais eficazes de Team Building, começamos a testar o Team Canvas. Assim como seus criadores Alex Ivanov e Mitya Voloshchuk falam, o Business Model Canvas possui aplicabilidade no trabalho em equipe. Se trata de uma ferramenta gratuita para organizar reuniões de alinhamento de equipe, resolver conflitos e construir uma cultura produtiva de forma rápida. Veja abaixo, na imagem 2, uma representação esquemática do Team Canvas Basic.
O que eu gosto nessa ferramenta sendo usada para o Team Building é que ela não foca nos relacionamentos e na confiança, mas sim na motivação individual , o que faz todo o sentido para mim, porque somos e devemos ser responsáveis pelo nosso trabalho, desempenho, autoconhecimento e também hard skills, por isso o Trabalho em Equipe deve ser algo a ser alcançado pelo time, assim como qualquer outra coisa.
O livro “Lessons from Mars: How One Global Company Cracked the Code on High-Performance Collaboration and Teamwork” de Carlos Valdes-Dapena, discorre sobre um estudo intensivo de colaboração e como maximizar a eficácia de equipes.
Como resultado, aprenderam que a colaboração de qualidade não começa com relacionamentos e confiança; começa com um foco na motivação individual, pois assim como tudo na vida pessoal e também profissional, precisamos estar motivados, pois temos a necessidade de ver valor em algo para aquilo fazer sentido.
Então, apresentamos à equipe o Team Canvas como uma ferramenta para alinhar os membros da equipe e melhorar a compreensão dos objetivos, funções, valores da equipe, a fim de que o time como um todo perceba que talvez o trabalho em equipe faça sentido, porque por exemplo, um dos valores do time que identificamos e concordamos durante a dinâmica é “Parceria”.
Team Canvas – resumidamente
A ferramenta Team Canvas é composta por 5 partes:
- Goals- aqui os membros da equipe devem chegar a um acordo sobre metas comuns e mencionar também seus objetivos pessoais para o projeto (ou não);
- Roles & Skills – os membros da equipe colocam seus nomes em post-its, bem como em seus papéis. Se uma pessoa tiver várias funções, use post-its separados;
- Purpose – a equipe vai um passo além de seu objetivo comum e fala sobre por que eles fazem o que fazem;
- Values – quais são os valores fundamentais, os princípios mais importantes, que o time quer compartilhar com a equipe. A equipe deve concordar com os valores, então todos aceitam o conjunto final;
- Rules & Activities– a equipe deve concordar com regras e atividades comuns. Pense nisso como resultado das seções anteriores: um conjunto concreto de regras e atividades que eles querem implementar para alcançar os valores, metas e propósitos mencionados anteriormente.
NÃO EXISTE RESPOSTA ERRADA. DEVE SER LEVE.
O objetivo é que todos pensem sobre si mesmos e compartilhem com a equipe se quiserem. Aconteceu uma vez comigo durante uma facilitação que na seção “Roles & Skills”, o time também começou a falar sobre suas Paixões, então imediatamente mudei o título para “Roles, Skills, & Passions”.
Desta forma, estamos falando de motivação individual e discutindo que tipo de atividades fazem sentido trabalhar em conjunto ou não, pois para que as pessoas trabalhem juntas, temos que deixá-las descobrir como isso realmente pode melhorar os resultados. This is agile, man!
Relacionamento e Confiança são pontos importantíssimos para a colaboração, mas não são o ponto de partida. Eles são os resultados de pessoas dedicadas que lutam juntas. Conectar a colaboração aos motivos dos membros da equipe é o que libera a produtividade.
Por Talilane De Grandi, Agile Master na Invillia.
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